terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Espera


Deitada na cama olho o teto
É isso que vêem aqueles que me vêem
ao contrário do meu corpo, minha mente e meu coração viajam.
Concebo desejos a serem conquistados
enquanto o pobre corpo,
humilde escravo deste senhores, descansa.


O coração pede a presença de alguém distante
e os olhos, impossibilitados de levar à mente,
a imagem do rosto do distante amado
produzem lágrimas que molham as hastes
de um óculos que jaz inútil ao lado da televisão.


E a noite me preenche de pensamentos infames e insones
o corpo descansa à medida que esse incansavelmente sofredor coração permite
os músculos retesados evidenciam a agonia da solidão
Sim, sentada estou escrevendo agora
este servo nunca falhou com uma obrigação
Mas que posso fazer se este surrado coração cansou de ver o rosto de plástico
Enquanto a mente se entope e enche seus companheiros de teorias
o que este prático coração quer é poesia
e o servo pede uma trégua...


Os ouvidos escutam uma canção que consola
essa saudade que me consome e me assola
Corpo cansado só quer se esticar
olhos úmidos se recusam a chorar
o corpo vencerá e eu continuarei deitada
viajando, pensando emocionada
quanto mais vou ter que esperar
para finalmente poder te encontrar.